26 Nov Antes e depois da Municípia – Desenvolvimento Aplicacional
A proliferação dos SIG possibilitou-nos alcançar o próximo passo nos processos de inteligência da gestão territorial: a criação de ambientes de exploração de informação geográfica robustos, analíticos e democratizados através do desenvolvimento de aplicacional.
O pioneirismo desta aposta dependia de implementações realizadas com o suporte de software proprietário americano, com licenças anuais de tal forma proibitivas que impactavam os orçamentos municipais, retirando espaço para a produção do que realmente importava: os serviços orientados à gestão do território. Desta forma, criámos o projecto Ribatejo Digital, um exemplo histórico de uma das primeiras implementações que ainda hoje geram impacto positivo na gestão do território da lezíria do Tejo.
Em 2007, após termos formado uma equipa composta por programadores especializados em desenvolvimento de código em software open source, voltámos a provocar uma nova disrupção em matéria de aplicações de gestão territorial ao lançar no mercado um conjunto de aplicações sob a framework munwebGIS, totalmente assentes em software livre de licenciamento.
Por sua vez, este marco desencadeou todo um conjunto de acções conducentes ao fortalecimento e expansão deste tipo de desenvolvimento aplicacional, financiando inclusivamente software SIG open source a nível internacional, entre os quais o QGIS, que na sua versão 1.8 se chamou Lisboa devido ao patrocínio Municípia. Assim sendo, nos anos seguintes, assistiu-se à recomendação por parte da Administração Central para a utilização de softwares open source e à globalização da directiva inspire.
Com o surgimento da Municípia, as autarquias passaram a poder decidir se mantinham os custos anuais afectos a licenciamentos de software SIG proprietário ou, se reduziriam drasticamente o valor afecto em orçamento para licenciamento SIG, convertendo-o em aplicações orientadas ao seu caso concreto.
A plataforma de gestão cadastral, desenvolvida integralmente por nós, em software open source e aplicada em projectos como o SiNErGIC, o cadastro de Timor, o Land em Cabo Verde e o Mozland em Moçambique, espelha em absoluto a flexibilidade e agilidade conseguida através da livre colocação de licenças em trabalho de campo ou em gabinete e a robustez de processos operacionais permitido pelo desenvolvimento em ambientes de código aberto.